Verrugas genitais (condiloma): Como tratar?
Atualmente, estima-se que existam mais de 2 milhões de novos casos de verrugas genitais por ano no Brasil e que mais da metade da população seja portadora do Papilomavirus humano (HPV), o vírus causador da doença.
As verrugas genitais ou condilomas são lesões que surgem em consequência de um ato ou contato sexual desprotegido com um portador do Papilomavirus humano (HPV).
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Tendo em conta o elevado número de pessoas que têm o vírus no Brasil e que, consequentemente, podem apresentar condilomas, é normal que esta seja uma das DSTs mais comuns e contagiosas no país.
Como se manifestam as verrugas genitais?
A sintomatologia apresenta-se na forma de pequenas lesões elevadas na região genital (pênis, glande, uretra, nádegas, ânus ou vagina). São indolores e podem ser planas ou apresentar formato de “couve-flor” ou “crista de galo”.
Por que devem ser tratadas
Além do fator psicológico que está associado a esta condição, devido ao constrangimento e impacto que as verrugas genitais provocam na vida sexual da pessoa contaminada, se os condilomas não forem tratados, algumas complicações podem surgir, como:
- Câncer do colo do útero – apesar de nem sempre o HPV não tratado evoluir para o câncer de colo do útero, a doença é altamente associada ao vírus HPV, que também pode predispor ao câncer de vulva, ânus, pênis, boca e garganta.
- Complicações na gravidez – casos de verrugas de maior dimensão podem reduzir a elasticidade do tecido vaginal durante o parto. Além disso, pode ocorrer a contaminação do bebê.
Por isso, em caso de lesões suspeitas de contaminação por HPV ou da presença de verrugas genitais, é importante procurar um médico dermatologista, urologista ou ginecologista para o correto diagnóstico e tratamento.
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Como tratar as verrugas genitais?
Existem várias alternativas terapêuticas para o tratamento e eliminação das verrugas genitais ou condilomas:
– Medicamentos tópicos: opção muito recomendada por profissionais clínicos devido à evidência científica de que o uso de pomadas como a Podofilotoxina e o Imiquimode são eficazes para a eliminação de verrugas genitais.
- Podofilotoxina: atua no núcleo celular levando à destruição da célula infectada. Este medicamento existe na versão em creme e na versão líquida (apenas na Europa). O creme de podofilotoxina deve ser usado 2 vezes ao dia, durante 3 dias, seguido de pausa de 4 dias. Este ciclo pode ser repetido por até 4 semanas.
- Imiquimode: é um imunomodulador, ou seja, estimula o sistema imunitário a combater as lesões, levando à sua eliminação. O imiquimode é apresentado em sachês e o tratamento pode durar até 16 semanas, com aplicação 3 vezes por semana, em dias alternados.
– Procedimentos clínico-cirúrgicos:
- Cauterização química: caracteriza-se pela aplicação de uma substância cáustica (ácido) sobre a lesão, levando à sua destruição. Causa pequeno desconforto e formação de crostas temporárias na pele que são eliminadas em até 2 semanas.
- Eletrocoagulação: método que usa o bisturi elétrico para eliminar a lesão por uma faísca que produz a desidratação, ruptura e carbonização das células.
- Criocirurgia: método que usa a aplicação de nitrogênio líquido a baixas temperaturas (-196º) e leva à destruição de lesões cutâneas através da necrose e destruição do tecido tratado.
- Remoção cirúrgica: usado em caso de lesões de grande tamanho em que outras opções mais conservadoras não têm sucesso. É feita sob anestesia local e a remoção é realizada com bisturi.
- Tratamento com Laser de CO2: método pouco invasivo, utilizado principalmente em clínicas de dermatologia especializadas no uso do laser.
Vírus pode estar em latência
A ocorrência de verrugas genitais é bastante variável. Como indicado no início do artigo, calcula-se que metade da população brasileira possa estar contaminada pelo vírus HPV.
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No entanto, apenas em algumas pessoas a doença se manifesta dando origem aos sintomas. Pessoas com o sistema imune mais fortalecido e com maiores cuidados no que diz respeito à prevenção, podem até nunca apresentar as manifestações da doença.
Mesmo após o tratamento, os sintomas provocados pelo HPV podem retornar posteriormente, pois nem sempre o vírus é eliminado e lesões não perceptíveis clinicamente podem permanecer. O vírus fica em estado de latência, esperando uma baixa da imunidade para se manifestar novamente.
Prevenção
– O uso de preservativos, tanto o masculino como o feminino, ajudam a prevenir mas não 100%, visto que não cobrem toda a área genital.
– Não partilhar objetos de uso íntimo.
– Cuidado durante a depilação: evite usar lâminas de outra pessoa e se for realizada numa clínica de depilação, tenha a certeza que todo o material utilizado é novo e descartável.
– Vacinação contra o HPV: existem duas vacinas imunizadoras contra o HPV comercializadas no Brasil e também disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde: Cervariz ou vacina bivalente que previne os tipos 16 e 18: aprovada no Brasil para meninas e mulheres a partir de 9 anos e Gardasil ou vacina quadrivalente que previne contra os tipos 6,11,16 e 18: aprovada no Brasil para meninas e mulheres de 9 a 45 anos e para meninos e homens de 9 a 26 anos.
Colaboração: EuroClinix – Clínica Saúde Geral
Fontes:
– Anna Giulianno, et all, Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2008 Aug, 8
– Portal da Saúde – Ministério da Saúde
– Guia Prático Sobre o HPV – Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das DST
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Dr. Roberto Barbosa Lima
Médico Dermatologista
Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
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