Novas drogas para tratar o melanoma avançado
Duas novas drogas para tratar o melanoma – tipo de câncer de pele menos frequente, porém o mais letal – estão sendo considerados os maiores avanços no controle da doença nos últimos 30 anos.
Dados surpreendentes de estudos com os fármacos foram publicados na versão on line da revista científica “New England Journal of Medicine”.
Antes dessas pesquisas, havia poucas coisas que os médicos poderiam fazer no caso de melanoma com metástase (quando o tumor se espalha). Agora isso pode mudar, apesar do alto custo dos novos remédios.
Droga impede o avanço do melanoma
Uma das drogas, o vemurafenibe, foi testada em 675 pacientes e age numa mutação do gene BRAF (encontrado em mais da metade dos diagnósticos), impedindo o avanço do câncer. Ainda em fase de teste, não há previsão de chegada ao mercado.
Nos testes com a droga, 84% dos pacientes que tomaram uma pílula duas vezes ao dia, continuavam vivos depois de seis meses, comparados com 64% do grupo tratado com fármacos convencionais de quimioterapia.
Além disso, três meses de tratamento reduziram em 63% o risco de morte dos pacientes, em relação ao grupo que usava o remédio padrão, a dacarbazina.
O trabalho mostrou ainda queda de 74% no risco de o tumor piorar.
Medicamento aumenta a sobrevivência
A outra droga é a ipilimumabe, aprovada nos Estados Unidos em março para pacientes com diagnóstico recente da doença. Ela estimula o sistema imunológico e, combinada com a quimioterapia tradicional, prolongou a sobrevivência dos pacientes para 11,2 meses, comparado com 9,1 meses do grupo que só fez quimioterapia.
Depois de três anos, 20,8% dos que tomaram ipilimumabe estavam vivos, comparado com 12,2% dos indivíduos do grupo controle.
Segundo os cientistas envolvidos na pesquisa, vários pacientes sobreviveram muitos anos a mais do que esperavam e, cinco anos depois de receber o tratamento, pelo menos um está vivo.
Alto custo das novas drogas dificulta o uso
Há quem acredite que a vemurafenibe poderia ser usada contra outros tipos de câncer. Apesar de nenhum dos dois fármacos ter curado o melanoma avançado, médicos dizem que eles prolongaram por vários meses as chances de sobrevivência.
Agora os médicos querem ver se a eficácia contra melanoma é maior quando as duas novas drogas são combinadas. Antes é preciso investigar a segurança desta associação porque, como qualquer droga, elas tem efeitos colaterais.
Não se sabe se os serviços públicos de saúde poderiam oferecer esses novos medicamentos a seus pacientes de forma gratuita. Um tratamento com ipilimumabe custa cerca de 120 mil dólares. O preço do vemurafenibe não foi divulgado.
Detecção precoce tem bom prognóstico
Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil (25% de todos os tumores), o melanoma representa 4% dos casos desse tipo de neoplasia. O prognóstico é bom se a doença é detectada no início.
Fonte: Jornal O Globo (07/06/2011).
Dr. Roberto Barbosa Lima
Médico Dermatologista
Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
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