Diurético pode aumentar o risco de câncer de pele
Pessoas em uso do diurético hidroclorotiazida, utilizado para o tratamento de pressão alta, podem ter maior tendência a desenvolver câncer de pele do que outros indivíduos, segundo um estudo dinamarquês.
O diurético é relacionado há bastante tempo ao aumento do risco de queimaduras solares. No entanto, este estudo oferece evidências de que a medicação também pode fazer com que quem o utiliza tenha mais chances de desenvolver dois tipos de câncer de pele: o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular.
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Para o estudo, os pesquisadores examinaram os registros de prescrição de hidroclorotiazida de 1995 a 2012, assim como os registros de câncer de pele diagnosticados entre 2004 e 2012.
Diurético deixa a pele mais vulnerável à radiação UV
O estudo demonstrou que, de uma maneira geral, pessoas que tomaram hidroclorotiazida diariamente por pelo menos seis anos tinham 29% mais chances de desenvolver o carcinoma basocelular e quase quatro vezes mais chances de desenvolver o carcinoma espinocelular do que indivíduos que não tomaram esta medicação.
Os pacientes com 24 anos de uso do diurético tinham 54% mais chances de desenvolver o carcinoma basocelular e mais de sete vezes mais chances de desenvolver o carcinoma espinocelular.
“Nós já sabíamos que a hidroclorotiazida deixa a pele mais vulnerável ao dano provocado pela radiação UV do sol ou das câmaras de bronzeamento” disse o autor do estudo Anton Pottegard, da University of Southern Denmark.
“Entretanto, nós não sabíamos que o uso do diurético também parece se traduzir em um risco aumentado de câncer de pele não-melanoma”, completou.
Estudo apresenta algumas limitações
O estudo incluiu mais de 71.000 pessoas com carcinoma basocelular, 8.600 pacientes com carcinoma espinoceluar e um grupo controle de mais de 313.000 pessoas que não tinham estes cânceres de pele.
Uma limitação do estudo foi não levar em conta o tipo de pele dos pacientes e a quantidade de exposição à radiação UV.
Na opinião do Dr. Aaron Farberg, da Icahn School of Medicine em Nova York, que não participou do estudo, “pode haver uma relação entre o uso do diurético e o risco de câncer de pele, entretanto, esta relação pode não ser de causa direta”.
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Ainda assim, os achados se somam às evidências já existentes de que pacientes que usam hidroclorotiazida devem tomar cuidados adicionais para proteger a sua pele do dano causado pelo sol, disse a Dra. Elizabeth Martin, do Alabama, também não envolvida com o estudo.
Ela completa: “Todos devem reduzir o risco de câncer de pele evitando a exposição não protegida aos raios UV”, aconselhando o uso de protetores solares com FPS 30 ou maior.
Segundo Pottegard, “se o paciente tem risco aumentado de câncer de pele, devido à alta exposição à radiação solar, já teve câncer de pele ou tem predisposição à doença, deve considerar uma consulta ao seu médico sobre uma possível troca do diurético hidroclorotiazida por outra medicação.”
Fonte: Journal of the American Academy of Dermatology, online December 3, 2017
Dr. Roberto Barbosa Lima
Médico Dermatologista
Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
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