Como as doenças da pele provocam o estresse
É de conhecimento geral que qualquer tipo de incômodo no organismo causa tensão. Não é preciso nem que seja uma doença. Basta um cílio que tenha caído no olho para criar inquietude. Sempre que o organismo sai do seu estado normal há algum tipo de tensão. Esta, por mínima que seja, altera o estado interno. Situações comuns, como um simples resfriado, uma conjuntivite, uma inchação no tornozelo, uma azia são distúrbios que provocam mal-estar e impaciência. E todas as vezes que a pessoa não está se sentindo tranqüila, despreocupada e relaxada ela está sofrendo algum grau de estresse.
Quando o problema se localiza na pele, a questão se agrava, porque influi na autoimagem e, conseqüentemente, na autoestima. Juntam-se, então, dois fatores: os sintomas e a apresentação pessoal. Em certos casos, doenças ou alterações na pele geram uma dose extraordinária de estresse pelas imagens mentais e pelo diálogo interno que o indivíduo cria.
Isso se torna óbvio, quando se observa o grande atrativo em que se constituem os procedimentos cosméticos. As mulheres e, atualmente, os homens também, estão seguindo este caminho, buscam esteticistas e cirurgiões plásticos para cuidados no embelezamento da pele, porque isto melhora sua autoestima na medida em que vêem sua imagem mais bonita. A conseqüência é bem-estar e energia. Assim, as técnicas de rejuvenescimento e de melhoramento do estado da pele funcionam como ótimas terapias de redução do estresse.
As doenças da pele geram estresse
Em primeiro lugar, uma mudança na condição normal da pele faz com que a pessoa se veja diferente do que normalmente se vê. Há um abalo na imagem própria que ela construiu a vida toda. Na sua mente, ela passa a ser outra pessoa e ela prevê a surpresa ou a estranheza que as pessoas de suas relações vão ter, quando a virem.
Isso não é destituído de fundamento. A tensão se origina, porém, de falha na estrutura da autoestima, porque a pessoa se vê apenas como seu corpo. Se ela entender que o corpo é um veículo passageiro de algo permanente, que se aperfeiçoa com todas as experiências que passa, os eventos materiais terão menos impacto ou serão considerados oportunidades de aprendizado. Isso depende da filosofia de vida e do sistema de crenças de cada um. Raras são as pessoas que assim entendem a vida, de modo que sempre existe alguma falha na autoestima, que dá lugar a níveis diversos de tensão pelas alterações da pele.
Muitas vezes, a condição da pele desencadeia preocupações pelo rumo que vai tomar. Isso depende basicamente do tipo de diálogos internos que a pessoa costuma cultivar. O natural é pensar que a alteração modifica a aparência, que pode agravar-se ou ser algo sério, pensar no que deve ser feito e agir imediatamente.
Entretanto, grande parte das pessoas age de modo diferente. Costuma pensar no pior, dizer para si mesma que aquilo é algo grave, que os outros vão rejeitá-la, que ela vai perder oportunidades sociais ou de trabalho, que aquilo vai prejudicar sua vida e mais quantas outras coisas ela puder inventar. E ação, que é o que vai resolver o caso, ela não consegue pôr em prática, porque as imagens catastróficas lhe tomam o tempo e a agitam de tal modo que não consegue tomar uma atitude para resolver o problema. A pessoa fica presa a ele e não se move em direção à solução.
Outro elemento gerador de estresse, que acompanha as dermatoses, é a indiscrição dos outros. Poucas pessoas são tão compreensivas a ponto de deixarem de perguntar o que a outra tem na pele. Muitas, até, acham que perguntar é uma maneira de se mostrar solidária e de participar da aflição ou do sofrimento daquela que tem uma alteração.
O problema surge, quando a que tem a doença de pele acha que é obrigada a responder às perguntas que lhe são feitas, porque vai falar sobre algo que a está incomodando para uma pessoa que não vai resolver a situação e vai só fazer comentários capazes de piorar seu desagrado. Se ela entender, porém, que não precisa responder às perguntas e responder com outra pergunta, certamente deixará de acrescentar mais estresse ao seu organismo e poderá até se divertir com a surpresa causada no indiscreto.
Colaboração: Dr. Roberto Azambuja – Dermatologista Sócio Titular da SBD
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Dr. Roberto Barbosa Lima
Médico Dermatologista
Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
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