Imiquimode: opção para tratar melanoma in situ
Segundo estudo publicado na revista Dermatologic Surgery, o creme de imiquimode pode ser uma alternativa de tratamento para pacientes com melanoma in situ que não possam ser submetidos à cirurgia. O melanoma é tipo de câncer de pele mais perigoso.
Pesquisadores conduziram um estudo retrospectivo com 12 pacientes, com média de idade de 79 anos, que apresentavam melanoma in situ comprovado por biópsia e que foram tratados com imiquimode creme a 5%, entre 2004 e 2015, no setor de Dermatologia do Dartmouth-Hitchcock Medical Center, em New Hampshire.
Os pacientes foram instruídos a aplicar o creme sobre a área afetada por 6 a 12 semanas, diariamente ou somente nos dias de semana. Pacientes que foram submetidos à tratamento cirúrgico prévio foram excluídos do estudo.
O tempo médio de acompanhamento foi de 5 anos e meio. Três pacientes aplicaram tazaroteno creme a 0.1% diariamente por 2 semanas antes de iniciar o tratamento com imiquimode somente nos dias de semana por 12 semanas. Os outros pacientes aplicaram apenas o creme de imiquimode por 6 a 8 semanas, sem tratamento prévio.
Recorrências com imiquimode são maiores do que com a cirurgia
Dois pacientes tiveram recorrência do melanoma no local (17%), incluindo um paciente com recorrência do melanoma in situ no dorso nasal após mais de 5 anos do tratamento ter sido completado e outro paciente que teve três recorrências do melanoma, sendo que a primeira ocorreu 10 meses após o fim do tratamento com o imiquimode.
“Os achados reforçam estudos publicados previamente que sugerem que o imiquimode tópico tem potencial para ser usado com sucesso no tratamento do melanoma in situ”, disse o pesquisador. “Entretanto, este tipo de terapia pode apresentar maior taxa de recorrência do que o tratamento convencional de retirada cirúrgica.”
“Portanto, cuidados devem ser tomados em selecionar pacientes que sejam apropriados para esta modalidade não invasiva de tratamento e o acompanhamento de longo prazo destes pacientes deve ser altamente recomendado”, acrescentou.
Cirurgia é padrão ouro para o tratamento do melanoma in situ
Para finalizar, os pesquisadores concluem: “apesar da cirurgia continuar sendo considerada o tratamento padrão ouro para o melanoma in situ, o tratamento com imiquimode representa uma opção de tratamento não invasivo para os pacientes que não puderem ser submetidos à cirurgia.”
Fonte: Park, AJ, et al, Dermatologic Surgery, 2017
Dr. Roberto Barbosa Lima
Médico Dermatologista
Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
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