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Sarcoma de Kaposi e AIDS

O sarcoma de kaposi (SK) foi o primeiro tumor cutâneo correlacionado com a infecção pelo HIV/AIDS, em 1981. Naquela época, acometia praticamente adultos jovens homossexuais e bissexuais do sexo masculino, e chegou a ser chamado pela imprensa sensacionalista como “câncer gay”.

Com o passar do tempo, foram descritos casos em mulheres parceiras de bissexuais com sarcoma de kaposi.

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Há aproximadamente 6 anos foram observados casos de SK em homossexuais do sexo masculino que não estavam infectados pelo HIV, foi quando foi aventada a hipótese do SK ser uma doença sexualmente transmissível, e com algum agente causal, possivelmente um vírus.

Hoje sabemos que este agente é um tipo de vírus, denominado Herpesvírus Humano 8 (HHV8 ou HVSK – herpesvírus do sarcoma de kaposi). A via de transmissão ainda não está definida, mas este vírus é encontrado em grande quantidade na saliva, havendo a possibilidade dele ser transmitido por sexo oral ou até mesmo pelo beijo. Entretanto, todos estes estudos ainda precisam ser confirmados, sendo ainda muito cedo para se afirmar qualquer coisa.

Este vírus é importante na formação do SK, pois a doença só aparece em indivíduos infectados por ele. Cabe ressaltar que nem todas as pessoas infectadas por este vírus irão desenvolver SK. Existem outros fatores (imunológicos, genéticos, virológicos, etc.) importantes para o desenvolvimento da doença e que também ainda precisam ser melhor definidos.

Manifestações clínicas

As lesões de SK são elevadas, de coloração vermelho-arroxeada, e podem se localizar em qualquer parte da pele. A lesão inicial pode ser única, ou múltipla. Com a evolução, as lesões podem se agrupar e formar placas de formatos e tamanhos diferentes, que tendem a se tornarem mais roxas e com um halo amarelado ao redor.

sarcoma de kaposi
Sarcoma de Kaposi

Normalmente o SK é assintomático, a não ser em casos mais graves, quando algumas placas podem se tornar vegetantes (com aspecto de couve-flor) e/ou ulcerar, ou quando ficam muito grandes, comprimindo os tecidos abaixo delas e, desta maneira, podendo causar dor e/ou inchaço da área acometida.

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Os pacientes com SK devem sempre ter a boca examinada por um especialista, principalmente a região do céu da boca, pois lesões nesta localização podem indicar o acometimento de outros órgãos (por exemplo: esôfago, intestino, pulmão, etc.).

Tratamento

Atualmente, com o uso da terapia antiretroviral altamente potente (chamada popularmente de “coquetel”), a conduta, perante um paciente que começa a AIDS com lesões de SK, é de aguardar a evolução. Normalmente, com este tratamento, as lesões podem regredir espontaneamente dentro de 3 a 6 meses.

Nos casos mais graves, ou naqueles em que as lesões não regridem com o “coquetel”, pode-se utilizar a quimioterapia sistêmica, como tratamento auxiliar, com excelente resposta.

Colaboração: Dr. Marcio SerraDermatologista Sócio Titular da SBD

Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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