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Envelhecimento cutâneo: como evitar?

O conceito de beleza atualmente em vigor e procurado pela grande maioria das pessoas é o da pele jovem, sem manchas ou rugas.

Entretanto, com o avanço da idade, a pele começa a sofrer alterações que modificarão seu aspecto gradativamente, caracterizando o envelhecimento cutâneo.

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Mas por que com a idade a pele transforma-se dando origem ao surgimento de manchas, rugas e ao aspecto de pele “sem viço” ? O motivo de tal transformação são as alterações decorrentes do envelhecimento intrínseco e extrínseco da pele.

Envelhecimento intrínseco

O envelhecimento intrínseco é decorrente do desgaste natural do organismo, causado pelo passar dos anos, sem a interferência de agentes externos e equivale ao envelhecimento de todos os órgãos, inclusive a pele.

A aparência da pele que sofreu envelhecimento intrínseco é a da pele que foi pouco exposta ao sol, como a face interna dos braços, próximo à axila. É uma pele fina, com pouca elasticidade, mais flácida e apresentando finas rugas, porém sem manchas ou alterações da sua superfície.

Envelhecimento extrínseco

O envelhecimento extrínseco, ou fotoenvelhecimento, é aquele decorrente do efeito da radiação ultra-violeta do sol sobre a pele durante toda a vida.

O sol, que propicia momentos de lazer e que dá o bronzeado que aprendemos a considerar como modelo de saúde e beleza, é também o principal responsável pelo envelhecimento cutâneo, pois é a sua ação acumulativa sobre a pele que faz surgirem os sinais da pele envelhecida.

Veja abaixo, na foto de uma senhora, a diferença entre a pele do dorso das mãos, área continuamente exposta ao sol e a pele das pernas, sempre protegida por suas roupas.

envelhecimento cutâneo
Envelhecimento intrínseco x extrínseco

Apesar de ambas as regiões terem a mesma idade, a pele das mãos tem aspecto bem mais envelhecido do que a das pernas. Isto demonstra bem a importância da exposição da pele ao sol para o seu envelhecimento.

A pele fotoenvelhecida tem como características a perda da elasticidade, manchas escuras ou claras, rugas finas e profundas e a alteração da superfície da pele, que pode se apresentar mais áspera, ressecada e descamativa.

Além disso surgem as ceratoses solares, lesões que atingem a camada mais superficial da pele formando “crostas” e que, eventualmente, podem transformar-se em um câncer da pele.

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Efeito do sol sobre o envelhecimento cutâneo e o câncer da pele

Durante toda a vida e, principalmente na infância e na adolescência, as exposições repetidas ao sol exercem efeito sobre a pele de forma acumulativa. O dano causado só se manifestará com o passar dos anos.

Mesmo naqueles que não frequentam praias, o efeito da exposição diária da pele ao sol vai aparecer no futuro, trazendo todas as características da pele “fotoenvelhecida”.

Enquanto somos jovens, a pele possui mecanismos que corrigem o dano solar, não permitindo o surgimento das alterações causadas pelo sol. No entanto, o efeito se acumula e mais tarde os mecanismos de defesa não conseguem mais reverter o mal causado à pele. É quando os sinais do envelhecimento começam a aparecer.

Além de causar o envelhecimento cutâneo, as queimaduras solares repetidas e frequentes deixam a pele mais predisposta ao surgimento do câncer, especialmente em indivíduos de pele clara (fototipos I e II).

A radiação ultravioleta do sol, além de alterar o código genético das células, inibe mecanismos de defesa que nos protegem contra o câncer da pele.

Algumas das características do envelhecimento cutâneo, como as “casquinhas” e “asperezas” que aparecem com a idade, são lesões que podem vir a se transformar futuramente em um câncer da pele e devem ser tratadas.

Como prevenir o fotoenvelhecimento?

A principal forma de prevenir o envelhecimento da pele é a proteção solar, que deve ser iniciada na infância. A responsabilidade da proteção da pele das crianças é dos pais, que devem também estimular fortemente os adolescentes a se protegerem.

envelhecimento cutâneo
Queimaduras solares devem ser evitadas

A educação desde cedo cria o hábito saudável da proteção solar, que deve continuar por toda a vida, prevenindo o envelhecimento cutâneo e o surgimento do câncer da pele.

Tomando-se certos cuidados, os efeitos danosos do sol podem ser atenuados. Veja como proteger sua pele da radiação solar:

  • use protetores solares sempre que sair ao sol, com FPS 15 ou maior, nas áreas de pele não protegidas pelas roupas e que mais envelhecem, como a face, pescoço, colo, braços e mãos.
  • para o dia a dia, dê preferência aos filtros solares “oil free” que são mais agradáveis de se usar pois não deixam a pele gordurosa.
  • use sempre um filtro solar com fator de proteção solar (FPS) igual ou superior a 15, aplicando-o generosamente pelo menos 20 minutos antes de se expor ao sol e sempre reaplicando-o após mergulhar ou transpiração excessiva.
  • a duração da ação de um filtro solar é de cerca de 2 horas. Após este período deve ser reaplicado.
  • use chapéu e guarda-sol quando for à praia. Ainda assim, use o filtro solar pois parte da radiação ultra-violeta reflete-se na areia atingindo a sua pele.
  • evite o sol no período entre 10 e 15 horas.

Estas recomendações são especialmente importantes para as pessoas de pele clara, as quais devem evitar qualquer tipo de exposição ao sol sem proteção.

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Como melhorar a pele fotoenvelhecida?

Para aquelas pessoas que já sofreram a ação do sol e apresentam os sinais do envelhecimento cutâneo, além da proteção solar, o uso de algumas substâncias na forma de cremes, loções ou géis, podem a médio ou longo prazo reverter alguns dos efeitos do fotoenvelhecimento.

Produtos contendo ácido retinóico, adapaleno, ácido glicólico ou outros alfahidroxiácidos são utilizados para melhorar o aspecto da pele envelhecida, aumentando sua hidratação, corrigindo alterações de superfície, atenuando as manchas e melhorando a sua elasticidade.

Os melhores resultados são obtidos com os produtos a base de ácido retinóico. Esta substância atua na pele estimulando a renovação celular de sua camada mais externa (epiderme) e reestruturando o colágeno e as fibras elásticas de sua camada média (derme).

O efeito a longo prazo, é o de uma pele com superfície mais viçosa, lisa e hidratada, clareamento das manchas, atenuação das rugas finas e melhora da elasticidade. A pele adquire o aspecto de “rejuvenescida”.

Tratamento deve ser orientado por dermatologista

No entanto, estas substâncias devem ser utilizadas com cautela, pois podem acarretar efeitos colaterais se usadas de forma errada.

Antes de iniciar um tratamento, deve ser feita uma avaliação da pele por um médico dermatologista, que é o profissional capacitado para indicar o tipo de produto e a concentração mais apropriada para cada pessoa, de acordo com o seu tipo de pele e grau de comprometimento.

Os melhores resultados são obtidos após cerca de 1 ano e meio de tratamento, apesar de sinais de melhora já poderem ser percebidos desde os primeiros meses.

O tratamento deve ser mantido ao longo dos anos para a permanência dos resultados, pois os efeitos do dano solar acumulado durante a vida continuarão a ser exercidos e a interrupção do tratamento permitirá que voltem a se manifestar.

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Publicado por: Dr. Roberto Barbosa Lima – Dermatologista Titular da SBD
Site da clínica: www.barbosalima.com.br
Instagram: @dr.robertobarbosalima

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Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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