Cisto pilonidal, cisto dermóide
O que é?
Cisto pilonidal é o nome específico que se dá para o mais comum dos cistos dermóides, quando ele se localiza na região sacral (abaixo da região lombar, onde se inicia o sulco entre as nádegas). O cisto dermóide pode estar presente também em outras áreas, além da região sacral, tais como o pescoço, regiões em torno das orelhas, nariz e olhos, mas não recebe o nome de cisto pilonidal.
Apesar do nome nos fazer crer se tratar de um cisto, na verdade ele não é um cisto verdadeiro e sim um resquício embrionário de pele. Durante o desenvolvimento do embrião, na barriga da mãe, formam-se “dobras” de pele que são normalmente eliminadas. Algumas destas “dobras” podem permanecer ocultas no interior da pele. São denominadas fendas embrionárias e, quando são grandes o suficiente para inflamarem ou serem notadas a olho nu, recebem o nome de cisto dermóide.
Normalmente o cisto pilonidal contém em seu interior pelos e glândulas sebáceas e sudoríparas. Provavelmente é a presença destas glândulas sudoríparas que faz com que a lesão piore com o calor. Isto porque com o aumento da temperatura no local elas produzem suor, que fica acumulado dentro da pele, podendo inflamar e até infeccionar.
Manifestações clínicas do cisto pilonidal
Normalmente os primeiros sintomas do cisto pilonidal surgem na adolescência ou no início da idade adulta. A doença se inicia como uma inflamação na região sacral. Surge desconforto na região, principalmente quando permanecemos muito tempo sentados. Com a evolução, percebe-se uma lesão nodular, que geralmente varia de 1 a 5 cm, de consistência amolecida e que pode ter sinais inflamatórios, como dor, calor e vermelhidão.
O calor, calças apertadas e o atrito nesta região são importantes causas para o surgimento da inflamação, tanto que na segunda guerra mundial o cisto pilonidal era chamado de doença do Jeep, porque os soldados que permaneciam por horas e horas sentados nos Jeeps sofriam constantemente deste problema (calor, muito tempo sentados e o atrito constante).
Tratamento
Tradicionalmente, os cistos dermóides, bem como o cisto pilonidal, são removidos cirurgicamente e deixados para cicatrizar por segunda intenção, método utilizado para o tratamento cirúrgico de lesões infectadas (a ferida fica aberta, não recebe pontos e cicatrizando de “fora para dentro”).
Atualmente, devido a um maior conhecimento de sua verdadeira origem, eles são removidos cirurgicamente e fechados também cirurgicamente, o que em muito facilita a vida dos pacientes, que tem uma rápida e tranqüila cicatrização. Entretanto, o fechamento cirúrgico só pode ser realizado se o cisto não estiver inflamado. Logo, o momento ideal para a cirurgia é quando a lesão está silenciosa, sem incomodar.
Quando ela encontra-se inflamada, o melhor é procurar um dermatologista para reverter este processo (usualmente com antibióticos e drenagem, se houver pus) e, posteriormente, agendar sua cirurgia ou encaminhá-lo a um cirurgião dermatológico.
Colaboração: Dr.Flávio Luz – Dermatologista Sócio Titular da SBD
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Dr. Roberto Barbosa Lima
Médico Dermatologista
Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
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