Estatinas: as novas aliadas da Dermatologia
Novas aliadas na Dermatologia
Desenvolvidas originalmente para controlar altos níveis de colesterol, as estatinas têm se revelado uma potente arma, com poder de alcance bem maior. Estudos sugerem que o medicamento tem capacidade de prevenir e tratar diversos tipos de doenças. Angina, Alzheimer, osteoporose, câncer, diabetes, esclerose múltipla… A lista não pára de aumentar. Todo dia são anunciados resultados de um novo trabalho científico sobre os efeitos das estatinas.
As estatinas bloqueiam a indução da óxido nítrico sintetase e também de citocinas pró-inflamatórias, possuindo ação antioxidante. Estes agentes fazem uma imunomodulação, ou seja, regulam o sistema imune. Por este motivo, as estatinas estão sendo consideradas como fortes aliadas no tratamento de vários distúrbios dermatológicos, sobretudo nos que se caracterizam pela invasão de células imunitárias na pele.
Mais recentemente, as estatinas também estão sendo usadas para tratar doenças de pele, como vitiligo, alopécia areata, líquen plano, lupus eritematoso cutâneo sub-agudo, eritema multiforme, psoríase, penfigóide bolhoso, esclerose sistêmica, micose fungóide, necrólise epidérmica tóxica e Doença de Behçet. (veja o glossário)
Efeitos colaterais das estatinas
Embora a mídia tenha se pronunciado de maneira eufórica sobre as novas aplicações das estatinas, alguns artigos científicos relatam importantes efeitos colaterais em sua utilização, como, por exemplo: o aparecimento de farmacodermias (reações alérgicas ou tóxicas na pele); a síndrome lúpus-símile (desordem caracterizada pelo aparecimento de erupções cutâneas, dores articulares e algumas vezes, com acometimento de órgãos internos, semelhantes ao lúpus); problemas musculares como a Rabdomiólise (condição na qual ocorre dano muscular que pode acarretar toxicidade renal e até o óbito).
Outros efeitos colaterais, como confusão mental, alteração da memória e também polineuropatias (alterações de sensibilidade e da função motora dos nervos) têm sido relatados. Assim, torna-se necessário um uso criterioso das estatinas, com acompanhamento médico constante para minimizar os efeitos indesejáveis e maximizar as ações benéficas do medicamento.
Glossário
PSORÍASE – Doença de origem desconhecida, de evolução crônica, sujeita a remissões e recidivas, e caracterizada pela presença de eritema (vermelhidão) e escamas, produzindo-se erupções avermelhadas semelhantes a discos, com escamas prateadas. Compromete geralmente o couro cabeludo, superfícies extensoras dos membros, principalmente nos cotovelos, nos joelhos e a pele situada na frente das pernas. Saiba mais.
VITILIGO – Afecção cutânea, de causa não esclarecida, que se caracteriza por zonas de despigmentação, de tamanho variável e que podem aumentar, contornadas, freqüentemente, por bordas mais pigmentadas. Saiba mais.
LÍQUEN PLANO – Doença de etiologia desconhecida, caracterizada por placas elevadas de cor violácea com descamação fina e distribuição simétrica, apresentando habitualmente coceira intensa. Saiba mais.
LÚPUS ERITEMATOSO – Doença do grupo das colagenoses (alteração do colágeno), que apresenta formas cutâneas ou sistêmicas. É caracterizada por placas avermelhadas, com fina descamação e atrofia da pele, ocorrendo principalmente nas áreas expostas ao sol, podendo também acometer órgãos internos, com febre, erupções cutâneas, dores articulares e musculares e que também pode atingir os rins, coração, pulmões e outros órgãos. Saiba mais.
ALOPÉCIA AREATA – Dermatose caracterizada por perda de cabelos, de forma localizada em áreas limitadas no couro cabeludo, no rosto e também por todo o corpo. Saiba mais.
ERITEMA MULTIFORME – Desordem caracterizada por lesões cutâneas eritematosas (avermelhadas), simétricas, com aspecto de alvo. Infecções sistêmicas, medicamentos, herpes simplex ou outras doenças estão associadas com o aparecimento do quadro.
PENFIGÓIDE BOLHOSO – Doença bolhosa (bolhas tensas com diâmetro variável), mais freqüente em idosos. Predominando no pescoço, nas dobras, no tronco e na região ao redor do umbigo. O estado geral não é afetado e a doença evolui por surtos.
ESCLEROSE SISTÊMICA – Doença crônica com alteração do tecido conectivo frouxo e endurecimento da pele das mãos e pés. Apresenta-se com dores articulares, acometimento sistêmico principalmente dos pulmões, tracto gastrointestinal, coração e rins. Saiba mais.
MICOSE FUNGÓIDE – Doença cutânea maligna (linfoma de células T), que atinge a pele, os linfonodos (gânglios) e virtualmente todos os órgãos internos. Na fase avançada, pode apresentar-se na pele como máculas, placas e tumores de formas diferentes.
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA – Doença induzida por fármacos (substâncias químicas usadas como medicamento) que resultam em erupção bolhosa da pele e mucosas, e que leva a um estado agudo tóxico com destacamento da pele.
DOENÇA BEHÇET – Moléstia caracterizada por úlceras (feridas profundas) orais e genitais recorrentes, juntamente com alterações oculares, do sistema nervoso e dores articulares.
Colaboração: Dr. Inácio Faver – Dermatologista Sócio Titular da SBD
Dr. Roberto Barbosa Lima
Médico Dermatologista
Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
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