Hiperidrose axilar: tratamento cirúrgico é solução
Hiperidrose axilar é o excesso de sudorese nas axilas e é causada por uma hiperatividade das glândulas sudoríparas desta região. É mais comum entre adultos jovens, em especial nos homens.
Costuma perdurar durante toda a idade adulta e regredir espontaneamente na velhice. Está fortemente associada com nervosismo, estresse, ansiedade e obesidade. Altos índices de hormônio masculino também podem influenciar.
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O quadro é caracterizado por sudorese fácil e abundante nas axilas acarretando embaraço social, desconforto, deterioração das camisas e, por vezes, mal-odor.
Apesar de ser mais exagerada no calor, esta sudorese pode ocorrer independente da temperatura local, surgindo em decorrência do estado emocional do indivíduo.
Tratamentos para a hiperidrose axilar
Casos mais brandos podem ser tratados com medicamentos tópicos, iontoforese e/ou psicoterapia. Eventualmente, a hiper-hidrose axilar é uma ocorrência transitória do início da puberdade e pode desaparecer em meses ou poucos anos.
Formas mais graves de hiperidrose axilar podem se beneficiar de tratamento sistêmico com agentes anticolinérgicos ou beta-bloqueadores não específicos. No entanto, o tratamento sistêmico pode ter repercussões cárdio-vasculares e deve ter acompanhamento cuidadoso deste sistema pelo médico.
A aplicação de toxina botulínica é uma boa opção, apesar de seu alto custo e da necessidade de constantes reaplicações. A cirurgia de simpatectomia, na qual nervos que estimulam a sudorese são cortados, também pode ser eficaz. A relação custo / risco / benefício deve sempre ser levada em consideração.
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Tratamento cirúrgico
Uma opção que crescentemente vem obtendo mais adeptos devido ao baixíssimo índice de complicações importantes é a cirurgia de ressecção das glândulas sudoríparas axilares. É um procedimento simples realizado sob anestesia local, no qual as glândulas são removidas através de dois pequenos orifícios de no máximo 1cm em cada axila.
Seu maior inconveniente é que muitos dos folículos pilosos da região são eliminados conjuntamente, levando a uma diminuição definitiva dos pêlos axilares. No pós-operatório imediato é comum ocorrer equimose (manchas roxas) da região, que regride espontaneamente em cerca de 10 dias.
O repouso é importante nos primeiros dias. Subsequentemente, exercícios de alongamento da região tem de ser realizados para evitar fibrose e perda da flexibilidade dos braços. Eventualmente, pode ser necessário o apoio de um fisioterapeuta ou fisiatra.
Pequenas áreas de necrose podem surgir na região, mas isto tem sido menos observado com a técnica não aspirativa. Em geral, é preferível a realização de uma remoção parcimoniosa das glândulas e uma posterior complementação no consultório do que uma retirada radical destas, podendo levar a um resultado oposto: o ressecamento das axilas.
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Técnica é segura
Por fim, a cirurgia de ressecção das glândulas sudoríparas axilares é uma técnica que se limita ao plano cutâneo, não atingindo estruturas nobres e profundas do corpo.
Além de agir diretamente sobre a causa da hiperidrose axilar (a hiperatividade das glândulas sudoríparas), esta técnica não apresenta riscos a outros órgãos e pode ser realizada sob anestesia local. Infelizmente, por razões técnicas, ainda não é possível realizar esta cirurgia para hiperidrose palmo-plantar.
Em resumo, a hiperidrose axilar é um problema médico-social maior que deve ser primariamente tratada de forma conservadora. Casos rebeldes e/ou mais graves podem se beneficiar da aplicação de toxina botulínica, da simpatectomia ou da cirurgia de remoção das glândulas sudoríparas axilares.
Os riscos e os benefícios sempre devem ser cuidadosamente avaliados antes de se tomar a decisão final sobre uma possível terapêutica cirúrgica para um problema que não afeta a saúde física do indivíduo.
Colaboração: Dr. Flávio Luz – Dermatologista Sócio Titular da SBD
Dr. Roberto Barbosa Lima
Médico Dermatologista
Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
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