Herpes zoster e AIDS
O herpes zoster tem como agente causal um vírus, da família dos herpesvírus, denominado vírus da varicela-zoster (VZV), que também é o causador da catapora (varicela).
A história natural do herpes zoster vem se modificando com o advento da AIDS. Normalmente o herpes zoster ocorria na a partir dos 50 anos de idade, como uma “reativação” do vírus da catapora, era um episódio único, que atingia apenas um nervo, e indicava uma queda da imunidade natural ao vírus da varicela-zoster, comum à idade.
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Há alguns anos, passamos a observar um aumento da incidência de herpes zoster em adultos jovens (20/30 anos), com lesões mais graves, atingindo mais de um dermátomo (região da pele inervada por um específico nervo) e passando a indicar um grau de imunodeficiência do indivíduo acometido pela doença.
Desde então, o herpes zoster passou a ser considerado um marcador dermatológico para a AIDS, diagnóstico de infecção ou progressão da doença.
Manifestações clínicas do herpes zoster
As lesões de herpes zoster clinicamente se apresentam como placas avermelhadas recobertas por vesículas (pequenas bolhas) agrupadas em forma de cacho de uva, e que acompanham o trajeto de um nervo (dermátomo). Comumente é dolorosa, unilateral, e ocorre uma única vez.
No indivíduo infectado pelo HIV, podemos encontrar lesões mais extensas e exuberantes, hemorrágicas, acometendo mais de um dermátomo (mais de um nervo), e que podem recidivar (aparecer mais de uma vez).
Tratamento
Apesar de poder regredir espontaneamente, é importante o tratamento sistêmico da doença para aliviar a dor e acelerar a cicatrização das lesões. Principalmente quando ocorre em nervos na região da cabeça e pescoço pois, se afetar, por exemplo, o nervo responsável pela visão, pode causar lesão na retina e levar à cegueira, ou então atingir o cérebro causando encefalite, podendo inclusive levar ao óbito.
Estudos recentes demonstraram que o tratamento precoce do herpes zoster pode, também, evitar o aparecimento de uma das seqüelas mais comuns da doença que é a neuralgia pós-herpética (dor no local da lesão mesmo após sua cicatrização), que em alguns casos pode durar por vários meses e até anos.
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O tratamento é feito com anti-herpéticos via oral como o aciclovir, famciclovir e o valaciclovir (estes dois últimos são mais eficazes, pois apresentam melhor absorção, atingem níveis sanguíneos altos, e possuem posologia mais cômoda).
Nos pacientes com imunodeficiência avançada e que necessitam do tratamento para AIDS com o “coquetel”, pode ocorrer o aparecimento ou recidiva da doença nas primeiras 4 a 6 semanas de tratamento, o que representa uma melhora da imunidade, não devendo, portanto, interromper o tratamento para AIDS.
É importante avisar para estes pacientes que não se deve fazer o exame de carga viral por pelo menos 4 semanas após o aparecimento das lesões de herpes zoster, pois esta infecção pode levar a um falso aumento da carga viral.
Colaboração: Dr. Marcio Serra – Dermatologista Sócio Titular da SBD
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Dr. Roberto Barbosa Lima
Médico Dermatologista
Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
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