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Facilitação do tratamento pelo equilíbrio emocional

Os primeiros estudos no campo da influência das emoções sobre o organismo foram focalizados no estresse. Talvez por causa das pesquisas de Hans Selye, que introduziu o termo na medicina e fez detidas observações sobre o que ocorria no corpo submetido a tensão.

A partir de seus trabalhos, divulgados na década de 30, muitos outros pesquisadores se basearam na ansiedade para suas investigações e passaram a comprovar como ela interferia no rendimento dos órgãos e sistemas, descobrindo os caminhos seguidos dentro do corpo. Quase todos os trabalhos iniciais no campo da psiconeuroimunologia, e antes dela, centraram-se nas emoções de medo, ansiedade e preocupação para realizar suas descobertas.

Depois, outros estudiosos escolheram o tema da depressão para suas buscas. E assim foram sendo feitas pesquisas a partir sempre de estados alterados de humor para desvendar sua conseqüência na fisiologia do organismo.

Já se sabia, pois, que o estresse e estados com carga emocional negativa eram capazes de desencadear alterações mórbidas. Assim, passou-se a experimentar se as mudanças de atitudes poderiam fazer o contrário, ou seja, curar ou, pelo menos, ajudar a curar doenças.

Isso seria mais interessante do que simplesmente saber que indivíduos cronicamente estressados estariam na faixa de maior propensão a desenvolver doenças da tireóide, gastrite e úlcera, hipertensão, psoríase, vitiligo, pelada, dermatite seborreica, doenças alérgicas e outras.

Equilíbrio emocional: redução do estresse para a cura

Os mais diversos métodos, técnicas e atitudes capazes de reduzir ou neutralizar o estresse começaram a ser observados, a fim de comprovar se tinham algum peso no caminho da cura das doenças. As técnicas preconizadas pelas medicinas antigas, ayurvédica e chinesa, foram experimentadas, tais como a respiração, o relaxamento, a meditação, as afirmações, a visualização e recentemente até o riso e a prece tem sido objeto de estudo.

A hipótese era de que, se o estresse afeta o sistema imunitário deprimindo-o, o que abre campo para as doenças, atitudes positivas, que gerassem calma, paz, alegria, felicidade poderiam ativar o sistema imunitário e dar harmonia e mais resistência ao organismo. E a medicina oriental era que dominava esse assunto, pois a medicina ocidental estava quase exclusivamente voltada para a doença.

Os resultados confirmaram a expectativa, pois pessoas que dispunham de mais autoconfiança, de esperança e de visão positiva tendiam a ter menos doenças e pessoas que tiveram a decisão e a competência de mudar seus pensamentos e atitudes foram capazes de modificar o curso de doenças.

Daí, passou-se a utilizar, complementarmente aos tratamentos medicamentosos e cirúrgicos, os recursos citados para obter um estado emocional e físico favorável a uma reação do organismo contra a doença.

Exemplo importante dessa medicina, que vai além da intervenção puramente material, é o do Dr. Dean Ornish, cardiologista da Califórnia, que conseguiu provar que artérias coronárias obstruídas podiam ser desobstruídas sem remédios, conceito que se opunha a toda a concepção da cardiologia na época de suas pesquisas.

Empregando apenas alimentação com baixíssimo teor de gordura, terapia de grupo, yoga e técnicas de controle do estresse (alongamentos, relaxamento muscular progressivo, exercícios respiratórios, meditação e elaboração de imagens), o Dr. Ornish mostrou, por meio da tomografia, a melhora do fluxo sanguíneo nas coronárias de cardiopatas. O Dr. O. Carl Simonton já havia relatado curas de casos de câncer, tidos como perdidos, utilizando relaxamento e visualização como recursos complementares.

Assim, o equilíbrio emocional e a redução do estresse mostrou-se efetiva como importante elemento para qualquer tratamento de qualquer doença na medida em que libera o sistema imunitário e todas as energias das células para superarem o estado anormal em vez de estarem sendo consumidas na adaptação do organismo à tensão criada pela ansiedade.

Entre os métodos utilizados para obter a redução do estresse as psicoterapias e as técnicas de reprogramação cerebral estão em primeiro nível. Com elas é possível a pessoa mudar sua visão dos fatos geradores de tensão e adotar posturas saudáveis.

Caso clínico

Tenho como exemplo uma paciente de 33 anos, que notou, quatro meses antes da consulta, mancha branca na mão direita e, logo em seguida, outras manchas, que começaram a aparecer em outras áreas e estavam se expandindo, tendo atingido o punho e o antebraço direitos, o lábio inferior e a comissura labial esquerda. Na época do início das manchas estava atravessando um período de tensão muito forte por causa de doença do pai. Informou que já tinha tido doença da tireóide, uma patologia freqüentemente ligada ao estresse. O quadro de manchas, que foi motivo da consulta, foi diagnosticado como sendo vitiligo, e sabidamente é influenciado pelo estresse em muitos pacientes.

A paciente declarou ser muito ansiosa. Foi aplicado um questionário sobre o nível atual de estresse, que revelou estresse moderado. Foi instituída a terapêutica para vitiligo e, paralelamente, foi iniciada uma reprogramação com base em Programação Neurolingüística e em Terapia do Campo do Pensamento.

O quadro emocional, descrito pela paciente, era: ter muita preocupação com os outros, falar muito rapidamente, querer tudo para já, não saber esperar, pensar sempre no negativo, ser perfeccionista. Na primeira sessão, estabeleceu a meta de tornar-se calma, paciente, de enfrentar os fatos com naturalidade, pensar de modo simples e positivo e de falar com poucas palavras. Nessa sessão foi feita, na linha do tempo, uma projeção da pessoa que pretendia tornar-se e, experimentar agora, ser o que viria a ser no futuro. Foi ensinada a respiração diafragmática, que é tranqüilizante, e ser deveria praticada três vezes por dia, 20 ciclos de cada vez.

Quando se apresentou para a segunda sessão, declarou que já se sentia tranqüila. Foi, então, aplicado um algoritmo de ansiedade, que consiste no tapoteamento (batidas leves com os dedos) de certos pontos de acupunctura. Em seguida foi feita uma técnica imaginativa, chamada “swish”, na qual a paciente substituiu o quadro de ansiedade em que vivia por um quadro de como ela seria, quando tivesse alcançado a mudança almejada.

Não precisou da terceira sessão. Relatou que estava calma e segura e que não mais criava ansiedade por meio de pensamentos desastrosos nem perseguia compulsivamente a perfeição. As técnicas, portanto, foram eficazes para modificar o quadro emocional. Parece mágica, mas é assim que as pessoas fazem mudanças. Grava-se uma fobia num instante de medo; não há razão para ser necessário levar meses ou anos para eliminar aquilo que foi gravado num pequeno momento.

Ao retornar para a consulta de vitiligo, quatro meses após iniciar o tratamento, já se observou recuperação intensa das manchas. Todos os que lidam com vitiligo sabem a dificuldade que é conseguir a repigmentação das manchas, principalmente nas mãos, o que só ocorre após vários meses de tratamento. Pois esta pessoa conseguiu, em pouco tempo, melhora evidente após ter eliminado a tensão emocional.

A modificação de estados emocionais exaltados, de inquietude, preocupação, medo, ansiedade, culpa, tristeza, depressão sempre favorece os resultados dos tratamentos em qualquer doença, da pele ou de qualquer outro órgão. Por isso é sempre adequado ao bom tratamento analisar o tipo de emoções que a pessoa está vivendo e cuidar convenientemente desta parte para ajudar a obtenção do êxito no tratamento físico.

As psicoterapias ou a reprogramação mental são excelentes auxiliares ao tratamento médico e não devem ser esquecidas como facilitadoras da cura.

Colaboração: Dr. Roberto Azambuja – Dermatologista Sócio Titular da SBD

 

Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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